quarta-feira, 25 de julho de 2007

Americanos...

Num daqueles zappings habituais pela madrugada fora acabei a ver o Jay Leno. E foi uma daquelas vezes em que cada vez que o homem abria a boca para comentar alguma notícia só me apetecia bater com a cabeça na parede. Não por não gostar do Jay Leno ou coisa que se assemelhe, acho-lhe tanta piada como qualquer outra pessoa, mas pelas coisas que fico a saber dos americanos. Esta noite por exemplo...

Aparentemente um senador do estado do Louisianna pediu desculpas publicamente por ter traído a mulher. Ela não só o perdoou como disse que a relação deles ficou mais forte depois disso. Comentário do J. Leno: (qualquer coisa que pode ser livremente traduzido para) "qualquer outra pessoa teria chegado a casa e encontrado as roupas a arder no quintal, a mulher a tentar atropelá-lo com o carro e o cão a morder-lhe a perna. Só mesmo um politico para a relação sai fortalecida". Bem... concordo plenamente... Acho que falo pela maioria das mulheres quando digo que marido meu apanhado com outra ia sofrer muito, mas muito mesmo. Mas com uma prostituta... não me interpretem mal, nada contra a prostituição e quem vive dela, mas um marido meu não só trair-me como ainda gastar dinheiro nisso... já é abusar. Quer trair traia e sofra as consequências, mas com alguém à borla... não precisa também de esbanjar dinheiro no acto.

E há uma coisa que não entendo nesta história e noutras semelhantes... Qual é a das mulheres de politicos traídas não só perdoarem a traição sem torturarem um pouco os maridos?

Porque elas estão numa situação de poder. Muitos deste politicos (e estou a lembrar-me de vários, americanos, defensores de valores familiares) dependem do perdão da mulher, a imagem que construiram depende disso. A mulher perdoa, ele é o exemplo de "até eles erram mas se a esposa perdoa quem somos nós para condenar" (subito flasback da Hillary Clinton a dizer à América para perdoarem o Bill) e a história dá uma reviravolta tal que é como se eles fossem isentos de culpa na história toda. Eu percebo que o mundo não é a preto e branco e cada caso é um caso mas caramba! começa a chatear volta e meia ter de ouvir uma mulher a dizer "sim, o meu marido traiu-me, teve relações sexuais com outra mulher apesar de estarmos casados, termos sabe-Deus-quantos filhos e de ter aniquilado qualquer confiança, carinho, amizade e amor que sentia por ele, mas ele é humano, também erra, e como politico precisa do vosso voto para que este nosso grande país não caia na mão dos subversivos depravados delinqentes..." (agora entusiasmei-me... mas percebem a ideia).

Enfim, logo após o politico do Louisianna, veio a maior, a mais chocante e não me digam que isto já é a minha implicancia com os americanos a exagerar as histórias. É verdade que eu não suporto americanos. Lá dou a mão à palmatória que fazem bons filmes e séries. Em geral são optimos no que respeita o entretenimento. Mas como se pode levar a serio um país que acha que história antiga mas antiga mesmo é o Boston Tea Party, que considera a Paris Hilton como um modelo e tudo o que é belo e admiravel quando a mulher nunca teve um dia de trabalho sério e honesto na vida e que... eu não queria puxar isto à conversa mas lá terá de ser... um país que elegeu George W. Bush Junior como Presidente, um homem que diz que A MAIOR PARTE das importações americanas vem do exterior do país, que acha que se não tiver sucesso corre o risco de fracassar, uma criatura que acredita piamente que já vai sendo altura da raça humana entrar no sistema solar, o que só pode significar que a pedra de debaixo da qual ele rastejou um dia para se dar a conhecer ao mundo não só não era deste planeta, como era de um que não se situava num sistema solar.
Já eu andava há vários anos às cabeçadas às paredes por causa da história de 70% dos americanos não saberem localizar os Estados Unidos num mapa (coisa que eu nunca percebi porque até eu que sou péssima a geografia e tenho sempre de pensar duas vezes antes de reponder a coisas como qual é a capital da Malásia - a propósito, é Kuala Lumpur - mas os EUA são enormes, ocupam quase toda a América do Norte... apontando casualmente para o meio da América do Norte acerta-se no país, nem é preciso muita esperteza para isso) e quando julgava que nada poderia ser pior que isto... enfim, descubro que estava enganada...


25% DOS AMERICANOS ACHA QUE O SOL GIRA À VOLTA DA TERRA.


Deixou-me de queixo caído. Um quarto de toda a população americana, muita mas mesmo muita gente, está convencida ainda agora, século XXI, ano 2007, que o SOL gira à volta da terra e, consequentemente que esta se encontra fixa e no cenro do universo. Antes de expressar o meu choque só gostava de saber então para esses 25% o que é que significa o dia e a noite, o que é que na sua opinião dá origem às estações do ano e mudanças climáticas...

E agora o choque. 25%, 1/4 da população. Se tivermos em conta que só Nova Iorque tem mais ou menos o mesmo número de pessoas que todo o Portugal... bem, conseguem fazer uma ideia do número de pessoas que não são esses 25% que acreditam numa parvoice como essa.

Galileu Galileu, morto há uma data de séculos ja acreditava que era a Terra que girava à volta do sol e não o contrário. "E no entanto ela move-se"...

O que é que esta gente aprende na escola?

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