Há alguém sobre quem quis escrever desde o momento em que pensámos começar este blog. Alguém que admiro profundamente. Andava a adiar já há uns dias, a pensar como lhe podia fazer justiça… Ernesto Che Guevara. Que posso eu dizer sobre este homem que ainda não se tenha dito? Che, o lider. Che, o revolucionário. Che, o homem? Acima de tudo Che, O Che, era um homem. Com medos e receios, risos e lágrimas, sentido de humor… Numa carta a uma militante da Juventud Comunista Argentina, escreveu
“Lamento tener que escribirle usando ésta mi bella letra, pero no conseguí máquina alguna que remediara el mal.”
Amado por uns, odiado por outros, Che Guevara tornou-se um simbolo da luta pela liberdade. Na introdução ao Diario de Luta de Che, referente aos onze meses de campanha na Bolívia, Fidel Castro Ruz descreve num tom carinhoso e saudosista o seu habito de manter um diário:
“Era costumbre del Che en su vida guerrillera anotar cuidadosamente en un Diario personal sus observaciones de cada día. En las largas marchas por terrenos abruptos y difíciles, en medio de los bosques húmedos, cuando las filas de los hombres, siempre encorvados por el peso de las mochilas, las municiones y las armas, se detenían un instante a descansar, o la columna recibía la orden de alto para acampar al final de fatigosa jornada, se veía al Che -como cariñosamente lo bautizaron desde el principio los cubanos- extraer una pequeña libreta y con su letra menuda y casi ilegible de médico, escribir sus notas.”
Che era um homem dedicado à causa que defendia; um homem que tinha esperança. O seu diário da Bolivia começa com “Hoy comienza una nueva etapa”. Se soubesse como estava certo… Os seus textos, reflexões pessoais, são geralmente curtos e informativos. Hoje fomos daqui ali, vimos este e aquele. Mas pelo meio há pinceladas do carácter de um homem que se preocupava com os seus companheiros. A 24 de Novembro de 1966, uma semana depois de começar a campanha e o seu diário, mistura entre os planos de um túnel que estão a construir “Pachungo luce algo inadaptado y triste, pero debe recuperarse.”
“Lamento tener que escribirle usando ésta mi bella letra, pero no conseguí máquina alguna que remediara el mal.”
Amado por uns, odiado por outros, Che Guevara tornou-se um simbolo da luta pela liberdade. Na introdução ao Diario de Luta de Che, referente aos onze meses de campanha na Bolívia, Fidel Castro Ruz descreve num tom carinhoso e saudosista o seu habito de manter um diário:
“Era costumbre del Che en su vida guerrillera anotar cuidadosamente en un Diario personal sus observaciones de cada día. En las largas marchas por terrenos abruptos y difíciles, en medio de los bosques húmedos, cuando las filas de los hombres, siempre encorvados por el peso de las mochilas, las municiones y las armas, se detenían un instante a descansar, o la columna recibía la orden de alto para acampar al final de fatigosa jornada, se veía al Che -como cariñosamente lo bautizaron desde el principio los cubanos- extraer una pequeña libreta y con su letra menuda y casi ilegible de médico, escribir sus notas.”
Che era um homem dedicado à causa que defendia; um homem que tinha esperança. O seu diário da Bolivia começa com “Hoy comienza una nueva etapa”. Se soubesse como estava certo… Os seus textos, reflexões pessoais, são geralmente curtos e informativos. Hoje fomos daqui ali, vimos este e aquele. Mas pelo meio há pinceladas do carácter de um homem que se preocupava com os seus companheiros. A 24 de Novembro de 1966, uma semana depois de começar a campanha e o seu diário, mistura entre os planos de um túnel que estão a construir “Pachungo luce algo inadaptado y triste, pero debe recuperarse.”
Dois dias antes escreve, como arremate de carta “Mi pelo está creciendo, aunque muy ralo y las canas se vuelven rubias y comienzan a desaparecer; me nace la barba. Dentro de un par de meses volveré a ser yo.”
A sete de Outubro, onze meses depois escreve sobre o encontro deles com uma pastora de cabras que espera que mantenha a sua palavra e não os denuncie ao exercito boliviano. A pastora, que lhes indicou alguns caminhos, cumpriu a sua promessa. Chamava-se Epifania Cabrera e esteve fugida juntamente com as duas filhas com medo das represalias por ajudar Che. Este nunca soube disso.
Nascido em 14 de junho de 1928 na cidade de Rosário, Ernesto Guevara de la Serna, cresceu no seio de uma família educada, com uma mãe que se rodeava de mulheres politizadas e ideais de esquerda. Em 1947 entrou para a Faculdade de Medicina da Universidade de Buenos Aires e cinco anos mais tarde começa a sua vida nómada, com uma viagem de oito meses pela América do Sul de mota, juntamente com o seu amigo Alberto Granado. É nesta altura que começa a escrever diários, o que fará até à sua morte. Após alguns anos a trabalhar como médico vai, em 1953, até à Guatemala onde os Estados Unidos apoiam uma ditadura militar para não perder o poder no país. É nesta altura que se começa a revoltar contra o imperialismo e a necessidade de o combater. No entanto não foi na Guatemala que a sua luta começou. Daí seguiu para o México onde deu aulas, trabalhou como médico e foi apresentado a Raúl Castro, irmão daquele que viria a ser um dos melhores amigos de Che Guevara, Fidel. Diz-se que após terem sido apresentados, conversaram a noite inteira sobre politica mundial e, quando o dia nasceu, ficara decidido que Ernesto Guevara faria parte do grupo de revolucionários que iria tentar tomar o poder em Cuba.
Após a bem sucedida Revolução Cubana e a fuga de Baptista do país, Che torna-se cidadão cubano e um dos homens mais importantes do país, mas a sua vida está na luta, de terra em terra, pelo ideal que ajudou a tornar realidade em Cuba. Seguem-se três expedições mal sucedidas: uma na Argentina, sua terra natal, onde a maior parte dos seus companheiros são mortos ou capturados; uma em África, na actual República Democrática do Congo; e a última na Bolívia. Sem a barba e a boina tradicionais, o que o fazia ele, disfarçado de economista uruguaio, Che Guevara entrou na Bolívia em Novembro de 1966 juntamente com 50 guerrilheiros cubanos, bolivianos, argentinos e peruanos. Seu plano era treinar guerrilheiros de vários países para começar uma revolução continental.
A oito de Outubro de 1967 Che Guevara é capturado pelos rangers do exército boliviano, treinados pelos Estados Unidos. E no dia seguinte, fuzilado. Com a sua morte terminou o sonho de estender a Revolução Cubana a toda a America Latina, mas aos 39 anos, Che Guevara tornou-se um mito, um símbolo de ideais de Liberdade, Coragem, Revolução.
A sua vida esteve intimamente ligada à história de muitos países; a sua morte, tornou-o parte de todos nós.
Chamem-me romântica. A verdade é que o sou. Mas há homens que têm um dom. O de pegar num sonho e torná-lo realidade. E quando esse sonho é altruísta, quando conseguem com ele melhorar a vida de milhares de pessoas, nascem lendas. Che Guevara era apenas um homem, um homem com um sonho. Mas foi levando o seu sonho aos homens que nos deu o poder de lutar pelo que acreditamos, de lutar por um mundo melhor. Foi um não-conformista, que queria levar a liberdade a todos, como quem leva pão às massas esfomeadas. E as suas palavras eram água que saciavam os que tinham sede de esperança.
Hasta siempre, Che
(couch)
4 comentários:
Allez Chez!!!
Ai Che, se vc soubesse o fetiche q a couch tem com vc...se fosses vivo não escapavas!
é, é verdade... o che é o tipo de homem que liberta a badalhoca que há em mim... se eu tivesse nascido umas decadas antes... do outro lado do mundo...
refazendo o meu comentario... ALLEZ CHE!!!! (lol)
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